segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vendam que eu compro


Não quero, nunca quis, fugir dela. 

Sou adulta, consciente dos meus quereres, não aceito nada impingido, não me iludo, tento não me deixar enganar, sou desconfiada por natureza e ávida por defeito.  

“Ela” é a publicidade e desde que me conheço como gente sou viciada nela… Entranha-se-me desde nova, devoro-a, sei-a aos primeiros acordes de um jingle, aos primeiros flashes de uma imagem…em casa, sabem que quando começam os intervalos vidro no ecrã. Já amuei, inconscientemente (ou talvez, não) quando se mudou para outro canal a meio de um novo anúncio.  Comento, perante caras que permanecem pasmadas não entendendo a relevância do assunto, o conteúdo, a forma, a escolha musical, os planos, os sons e sensações de determinado spot.

Sei que já disse que não me deixo levar por mensagens subliminares mas há coisas do demo…um spot nacional a água com gás deixa-me sedentíssima e não raras vezes tenho mesmo que ir beber água (não necessariamente com gás)!

Quando era miúda achava que os glutões eram o apogeu do profissionalismo e dedicação à limpeza, a Planta tinha anúncios giros mas não me sabia nada bem, blac! Tulicreme, idem (era fã da Nucrema *suspiro guloso de quem se lambuzava à colher*), as Bic ficavam super bem na Tv mas não me “arredondavam” tanto a caligrafia quanto as Molin que tinham umas risquinhas onde os dedos repousavam e ajudavam à firmeza imprescindível de quem apertava a pena com tanta força pelo medo de sair da linha e divagar feita andorinha – tanta reguada e férias passadas com a testa nos “de duas linhas”…

A publicidade…nhami nahmi para mim. Escrita, desenhada, animada. Hei de voltar a ela, por aqui…faz parte do que conheço de moi-même.